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A Fundação Rui Cunha, acolhe no próximo dia 20 de Abril, às 18h30, uma conferência intitulada “Arquitectura Militar de Macau e da Ásia Oriental: Contexto, Redes e Influência” inserida na nova serie de Palestras Públicas de História e Património, co-organizadas pela Fundação Rui Cunha e o Departamento de História e Património da Universidade de São José.

Sobre a sessão:

A chegada dos povos ibéricos, portugueses e espanhóis, ao Sudeste Asiático, trouxe consigo todo um conjunto de tecnologia militar, como canhões e armas de fogo, os quais directa ou indirectamente, tiveram bastante influência na guerra e em toda a situação política da China, Japão e Coreia.

Sendo Macau a base dos portugueses, mas também de instruídos jesuítas, como Adam Schall Von Bell, as forças portuguesas de Macau tiveram um papel importante na ajuda que deram aos últimos herdeiros dos Ming no combate contra as forças invasoras Qing, recorrendo à utilização de canhões.

Igualmente, em 1622, a resistência de Macau a uma superior força invasora holandesa só foi possível devido à moderna arquitectura, tecnologia militar, e respectivas tácticas, utilizadas para a época nesta parte do globo.

Macau teve, ainda, outro momento relevante na luta pela sua própria sobrevivência quando, em 1809, ameaçado por milhares de piratas na região, organizou uma frota de 5 navios mercantes adaptados ao uso militar acabando com esta situação ameaçadora para a cidade e para a região.

Também  no Japão, é possível constatar, através dos relatos de jesuítas da época, entre os quais, o português Luís Fróis, a relevância da influência militar ocidental na elite militar daquele país, a qual já adoptava conceitos tecnológicos e científicos ocidentais, cujo maior exemplo foi Oda Nobunaga, um Daimyo, Senhor Feudal de uma pequena província no centro do Japão, que na sua luta pela unificação do país, alcançou, rapidamente, a supremacia militar, utilizando com sucesso, a tecnologia e as tácticas ocidentais na arte da guerra.

Nobunaga foi, igualmente, responsável por uma autêntica revolução na forma de construção de castelos, após a construção do castelo-palácio Azuchi, onde inovou introduzindo muitos elementos já existentes em castelos europeus, acabando por substituir por completo os antigos modelos japoneses.

A consolidação do Shogunato Tokugawa (1615) no Japão e da Dinastia Qing (1644) na China deu início a um longo período de paz.

Desde então, a evolução da arquitectura militar praticamente estagnou. Actualmente, as estruturas militares sobreviventes são adaptadas ou restauradas como importantes bens educacionais para o turismo cultural, particularmente no Japão. São disso exemplo, os vários castelos japoneses do século XVII que foram reconstruídos no século XX, assim como na China muitas muralhas de cidades que  foram reconstruídas como a da cidade de Datong ou partes da Grande Muralha.

 

Orador convidado:

Francisco Vizeu Pinheiro, PhD – Arquitecto, Professor Associado na Universidade de São José, Macau.

Francisco Vizeu Pinheiro é licenciado em Arquitectura pela Universidade de Lisboa, Portugal. Prosseguiu os seus estudos de pós-graduação em Macau-China, tendo-se doutorado no Instituto Tecnológico de Tóquio.

Em Macau foi investigador e professor de Turismo Cultural no Instituto de Estudos Europeus da Macau e IFTM, tendo trabalhado durante vários anos como arquitecto em diferentes instituições governamentais.

Presentemente é Professor Associado do Departamento de Arquitectura e Design da Faculdade de Artes e Humanidades da Universidade de São José em Macau, onde ensina nas áreas de arquitectura, sustentabilidade e património. É, igualmente, professor visitante na Universidade Jiangnam, China Continental e investigador

sobre a História e Património de Macau e a sua influência na região. Sua pesquisa é diversificada, desde; estudos sobre o impacto social e demográfico do planeamento da habitação pública numa sociedade em envelhecimento; as sinergias entre o urbanismo verde e a preservação e revitalizações do património histórico; a cidade saudável e a indústria turística, planeamento e impacto da infraestrutura do metro ligeiro na cidade; estudos de escala e sustentabilidade de cidades.

 

Esta sessão será realizada em inglês e faz parte integrante do Programa de celebração do 11º Aniversário da Fundação Rui Cunha.

A Entrada é livre.

Não perca! Por Macau, Mais e Melhor!

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