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A Fundação Rui Cunha inaugura hoje, terça-feira, dia 4 de Março às 18:30 horas, a Exposição de Porcelana de Macau e Guangzhou “Return to Navigation”, pelo artista Lei Iat Po (李溢坡), com um conjunto de cerca de 40 peças de porcelana colorida da região de Cantão, uma indústria tradicional com origem na Dinastia Qing e desenvolvida sobretudo para exportação, que ganhou popularidade entre as cortes europeias e a aristocracia ocidental, promovendo a cultura chinesa no exterior a partir dos séculos XVIII e XIX.

A porcelana de Cantão – também conhecida por Guangcai –, é famosa pelas cores fortes e vibrantes, os padrões complexos e intricados, e as aplicações douradas, pintadas à mão e ricamente decoradas. Sendo uma indústria típica do sul da China, ganhou vitalidade também em Hong Kong e Macau no passado século XX, nomeadamente a partir da invasão dos anos 1930 e a instabilidade social do continente. Muitas fábricas mudaram-se para os dois territórios autónomos e a produção disparou por cá, nos anos 1950, com a procura internacional destas peças de exotismo oriental a crescer, na recuperação do pós-Guerra Mundial.

A porcelana de Cantão foi ao longo dos séculos um exemplo bem-sucedido de fusão entre o Oriente e o Ocidente, contribuindo para o vantajoso intercâmbio cultural. Em Macau, no auge dos anos 1960, existiam dezenas de fábricas. Mas nos anos 1980 a produção regressava ao continente, bem mais competitivo em mão de obra e custos.

Lei Iat Po nasceu em Macau em 1954. O seu interesse pela arte da porcelana colorida deve-se ao negócio de família, influenciado desde a infância pelo pai, que produziu e exportou peças para os mercados europeu e americano. Lei Iat Po trabalhou na Fábrica de Bases de Madeira Guangcai do seu pai e, mais tarde, na Fábrica de Porcelana Colorida Guangcai. Sob a orientação do progenitor, seguiu o famoso mestre Zhao Zhuo para aprender a tecnologia de controlo da queima no forno. Mais tarde, aprenderia sobre técnicas de pintura artesanal e coloração de porcelana.

Com curadoria de Margaret Lei Siu Heng, a colecção apresenta peças de valor inestimável, pela qualidade e grau de complexidade na execução, revelando os anos de aperfeiçoamento e dedicação a esta técnica centenária pelo artista, que pretende continuar a divulgar a sua arte e a preservar o importante passado histórico.

As obras vão estar expostas até ao dia 15 de Março de 2025.

A entrada é livre.

Não perca!

Por Macau, Mais e Melhor!

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