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A Fundação Rui Cunha inaugura na terça-feira, dia 21 de Janeiro às 18:30 horas, a Exposição de Antiguidades da Rota da Seda Marítima “Crescent on the Sea”, pelo coleccionador Luis Au (歐路易), com um conjunto de cerca de 50 obras de arte, cerâmica, quadros, documentos e livros do século IV ao século XIX, exemplos dos objectos transportados ao longo dos percursos terrestres e marítimos da China continental.

Co-organizado pela FRC, e pela Colecção da Família Au, o projecto pretende celebrar o 10º aniversário da inscrição do corredor terrestre da Rota da Seda entre Chang’an (antiga Xi’an) e Tianshan (cordilheira montanhosa que atravessa as fronteiras da China, Cazaquistão e Quirguistão) na Lista de Património Mundial da UNESCO em 2014; bem como o 20º aniversário da inscrição do Centro Histórico de Macau na mesma Lista de Património Mundial da UNESCO em 2005, tornando-o o 31º sítio designado como Património Mundial na República Popular da China.

Segundo Luís Au, «a minha família começou a coleccionar antiguidades da China e de Portugal desde a década de 1950, devido à nossa grande paixão pelos estudos de história. Após um século de trabalho em Macau, uma cidade com uma combinação rica de cultura oriental e ocidental, a minha família, com formação cultural sino-portuguesa, dedicou-se a promover a educação sobre o património cultural de Macau para valorizar as relíquias e a herança local».

“Crescent on the Sea” é um título que remete para o famoso lago em forma de crescente, um verdadeiro oásis rodeado por inúmeras dunas de areia em Dunhuang, província de Gansu, perto do deserto de Gobi. «Dunhuang era um importante centro das antigas trocas comerciais da Rota da Seda, que atravessavam a massa terrestre euro-asiática do comércio leste-oeste», refere o prefácio da exposição. Mas Luis Auacrescenta que, «na costa sudeste da China, existia também um “Crescente” no mar, uma área cheia de prosperidade e vibração ligada a cerca de cem outros portos ao longo da Rota da Seda Marítima. De Liujiagang (hoje Liuhe, na província de Suzhou) a Cantão, a área em forma de crescente centrada em Zayton (Quanzhou) foi um importante centro de construção naval e de desenvolvimento de tecnologias de navegação, durante a dinastia Song, e um dos maiores portos do mundo».

As Rotas da Seda serviram sobretudo para transportar matérias-primas, alimentos e bens de luxo. Algumas zonas tinham o monopólio de determinados materiais ou bens: principalmente a China, que abastecia a Ásia Central, a Ásia Ocidental e o mundo mediterrânico com seda, mas também porcelana, chá e especiarias. Muitos dos bens comerciais de elevado valor eram transportados – por animais de carga e embarcações fluviais – ao longo de grandes distâncias e diferentes comerciantes, entre os impérios chinês e romano, florescendo entre os séculos VI e XIV d.C. e mantendo-se em uso até ao século XVI.

A Rota da Seda Marítima, ainda em processo de estudo e classificação pela UNESCO, desenvolveu-se entre os portos de Quanzhou, na província de Fujian, atribuído como ponto de partida deste circuito de navegação costeiro através do estreito de Taiwan, até ao porto de Ningbo, na província de Zhejiang, hoje um dos três portos de carga mais movimentados do mundo.

Macau, com a sua localização geográfica favorável na costa sul da China, tornou-se a partir do século XVIum importante porto de comércio marítimo e um centro de exportação de produtos chineses para o mundo. A seda e a porcelana chinesas, entre outros produtos, eram reexportadas via Macau para o Japão, Sudeste Asiático, Europa e até América. Como tal, Macau desempenhou um papel vital nodesenvolvimento da Rota da Seda Marítima, ajudando a expandir a rede comercial global e facilitando o intercâmbio cultural mútuo entre o Oriente e o Ocidente.

As obras vão estar expostas até ao dia 8 de Fevereiro de 2025.

A entrada é livre.

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