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2019.05.16 . .  Fundação Rui Cunha
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 No Império Romano do Oriente existiram coros de eunucos para o entretenimento da corte e que só desapareceram com as Cruzadas;
Bastante mais tarde surgiram os castrati, como resultado do impedimento das mulheres participarem no canto congregacional da igreja católica. A voz infantil em corpo de homem foi conseguida através da castração de crianças.
A reforma luterana veio trazer outra abordagem a este assunto, mas com resultados muito tardios.
Na transição dos séculos 17/18, os castrati passaram ao palco da Ópera Barroca, sobretudo pela mão dos mestres italianos, tanto em Itália como na Inglaterra e em França, e aí permaneceram como superstars durante mais de um século. A partir de meados do século 19 os meninos pobres deixaram de ser castrados e as partituras a eles destinadas entraram no esquecimento.
Os contratenores já cantavam em agrupamentos musicais na Idade Medieval e no Renascimento.
Com o ressurgimento do gosto pela Música Antiga e pela Ópera Barroca em particular, em meados do século 20, os contratenores voltaram aos palcos para interpretar papéis escritos para castrati e para papéis de calças dos contraltos, ressuscitando e reinventando uma antiquíssima tradição musical.
Actualmete há personagens propositadamente criados para esta voz, em peças de Música Contemporânea.

Na Conversa Ilustrada com Música do serão de hoje, na Fundação Rui Cunha, pelas 18:30, teremos como tema esta voz e esta maneira exótica de cantar, com José Carlos Pereira.