RC_photo

Nasceu em Bombaim em 1941, em virtude de não existirem condições hospitalares em Damão, cidade onde vivia a sua família. A sua cultura foi marcada pelas tradições e costumes de Portugal, transmitidos pelos seus pais e avós. Bisneto de advogado e filho de solicitador, mudou-se para Goa quando terminou o ensino básico, tendo aí completado o liceu, altura em que foi viver com a sua irmã para Portugal, num quarto alugado em Lisboa, onde frequentou a Faculdade de Direito.

No terceiro ano da Faculdade, uma pneumonia ocasionada pelo esforço físico – era jogador profissional de badminton do campeonato nacional, com 1,90 metros de altura e 50 quilos de peso –, obrigou-o a uma paragem nos estudos. Aproveitou então o tempo para tirar um curso de fotografia e cinema, o que acabou mais tarde por lhe valer a sua sobrevivência, pois com a anexação de Goa, Damão e Diu pela União Indiana em 1961, cessaram as remessas da família que o sustentavam. Transformou-se então em trabalhador-estudante, trabalhando à noite como assistente de realização na RTP, fazendo parte da equipa do realizador Fernando Frazão, e continuando de dia os estudos de Direito, que concluiu em 1964. Candidatou-se um ano depois a Delegado do Procurador da República, tendo sido colocado na Covilhã. Em 1966 concorreu para Moçambique, seguindo como Delegado da Procuradoria da República para Inhambane, onde aprenderia na prática a noção de que a justiça tem de ser rápida, consciente, segura e contextualizada. Foi colocado em Timor-Leste entre 1969 e 1971, tendo na viagem para esta ex-colónia passado pela primeira vez por Macau.

Casou por procuração com Dª Ana Maria de Oliveira Bravo Cunha, que faleceu em 2011, da qual teve dois filhos, Isabel Alexandra e Rui Pedro Cunha. Em Timor-Leste, a sua acção levou-o a operar uma transformação profunda no sistema prisional, ainda hoje recordada, dando provas de que a justiça praticada com humanidade pode ser independente do poder político, qualquer que seja o regime. Na ocasião, preparou e promoveu a condenação, pela primeira vez na história daquela antiga colónia, de um Administrador de Concelho oriundo de Portugal por abuso de poder. Foi também em Timor-Leste que fez concurso para juiz, dando cumprimento ao sonho do seu pai, falecido em 1956, e ficando classificado em primeiro lugar entre os candidatos do, então, Ultramar.

Escolheu exercer funções em Moçâmedes, no sul da fronteira de Angola, sendo colocado dois anos depois em Luanda, onde veio a substituir o brilhante magistrado Dr. Rodrigo Leal de Carvalho, bem conhecido em Macau. Regressou a Portugal com a independência de Angola, em 1975, onde seria colocado como juiz em Mafra, durante um ano, passando depois a Juiz Auditor do 5º Tribunal Militar de Lisboa. A sua habitual serenidade e seriedade foram factores decisivos nos delicados processos que então lhe foram distribuídos, pois vivia-se uma época revolucionária na sequência do 25 de Abril de 1974.

Em 1981, por conselho e na sequência do contacto de um amigo, aceitou o convite que o Dr. Stanley Ho lhe dirigiu e rumou a Macau para exercer a actividade de advogado. Em Macau, a sua postura é bem conhecida e reconhecida, assim como o seu dinamismo na criação de várias sociedades com diversas finalidades e o pioneirismo na formação de uma sociedade de advogados. Com o Dr. António Correia constituiu, em 1996, a Sociedade C&C, onde, para além do exercício de notariado privado, prestam actualmente serviço mais de 70 empregados, entre os quais 29 advogados e estagiários.

Com base na Sociedade C&C, foi formado um clube – O Clube C&C –, cuja actividade cultural e até mesmo desportiva começou por ganhar relevo na sociedade de Macau. A 28 de Abril de 2012, era instituída a Fundação Rui Cunha, que permitiu o desenvolvimento desta área cultural e artística em prol da comunidade local, com uma Galeria de Arte, bem como a consolidação do projecto jurídico, nas suas vertentes pedagógica e profissionalizante, através do Centro de Reflexão, Estudo e Difusão do Direito de Macau e de uma Biblioteca Jurídica.

O Dr. Rui Cunha continua a exercer, a título individual, vários cargos em empresas de Macau de importância crucial para o Território de Macau.

30 de Janeiro de 1981

O Conselho de Revolução pelo Chefe do Estado-Maior do Exército, mandou LOUVAR o Dr. Rui José da Cunha, Juiz Auditor do 5º Tribunal Territorial de Lisboa.

Louvor ao Dr. Rui Cunha

18 de Maio de 2014

A Fundação Rui Cunha e a C&C Advogados congratulam o seu Presidente e Sócio Fundador, Dr. Rui José da Cunha, pela Condecoração “Comendador da Ordem de Mérito” atribuída por Sua Excelência o Presidente da República Portuguesa, por ocasião da visita oficial à República Popular da China e Região Administrativa Especial de Macau.

 

4

5.2

 

 

 

 

 

 

 

 

Presidência da República

Rui Cunha – Practicar Filantropia é a sua Missão

(notíciado pelo Herald de Goa)